sexta-feira, 4 de julho de 2014

Ivan Junqueira

Morreu no Rio, ontem, aos 79 anos, o acadêmico Ivan Junqueira, sexto  ocupante da cadeira de número 37, eleito em março de 2000, em sucessão ao acadêmico João Cabral de Mello Neto e, recebido em  julho de 2000, pelo acadêmico Eduardo Portela. Jornalista por formação. Poeta, escritor, tradutor, ensaísta, crítico literário, conferencista por vocação. O carioca realizou seus primeiros estudos no Colégio Notre Dame, em Ipanema. Ingressando nas Faculdades de Medicina e Filosofia, na Universidade do Brasil, não concluindo os cursos. Iniciou-se, então, no  Curso de Jornalismo, em 1963, já como redator do Tribuna da Imprensa, posteriormente, no Correio da Manhã, Jornal do Brasil e O Globo, como redator e sub-redator. Trabalhou como assessor de comunicação do Centro de Informação das Nações Unidas, onde chegou ao cargo de Diretor de 1970 a 1977. Foi o supervisor editorial das Enciclopédias Barsa, Britânica, Delta Larousse, Século XX, Mirador Internacional e Dicionário Histórico Geográfico Brasileiro da Fundação Getúlio Vargas. Foi asessor do escritor e roteirista de cinema, Rubem Fonseca, na Fundação Rio. O presidente da ABL, acadêmico Geraldo Holanda Cavalcanti, ao saber de sua morte, assim se referiu ao imortal: “A morte do acadêmico Ivan Junqueira é uma grande perda para o soldalício. Acadêmico exemplar. Ele engrandeceu a Casa à qual serviu por 14 anos, com exação, competência e enorme dedicação. Grande poeta, mestre indiscutível nas artes do ensaio crítico e da tradução literária. Ivan deixou um legado, que enriquece a nossa tradição e a História Literária no Brasil.” Detentor de muitos prêmios literários, sua poesia já foi traduzida para o inglês, alemão, espanhol, francês, italiano, dinamarquês, russo e chinês. Sua obra inclui publicação de onze livros de poesia, treze títulos ensaísticos e doze traduções, entre os quais livros do autor britânico T. S. Eliot (1888-1965) e do escritor francês Marcel Proust (1871-1922). Em novembro do ano passado, ao lado da poetisa e editora potiguar,  Marize Castro, Ivan participou da primeira edição do Festival Literário de Natal , em debate sobre a poesia contemporânea brasileira.  Prêmio Nacional de Poesia, do INL -  Entre algumas conquistas literárias, obteve o “Prêmio Assis Chateaubriand, da Academia Brasileira de Letras” – 1985; “Prêmio Nacional de Ensaísmo Literário” – 1985;    “Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte” – 1991; “Prêmio da Biblioteca Nacional” - 1992; “Prêmio José Sarney de Poesia Inédita”, do Memorial José Sarney – 1994;Prêmio Jabuti”, da Câmara Brasileira do Livro - 1995; Prêmio Luísa Cláudio de Sousa”, do PEN Clube do Brasil – 1995;Prêmio Oliveira Lima”, da União Brasileira de Escritores – 1999; “Prêmio Jorge de Lima”, da UBE – 2000, entre muitos outros. Ivan Junqueira  estava internado há um mês e faleceu por insuficiência respiratória,  no Hospital Pró-Cardíaco, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O corpo foi velado no Salão nobre do Petit Trianon, da Academia Brasileira de Letras e sepultado no mausoléu  dos imortais da Casa de Rui Barbosa, no Cemitério de São João Batista, em Botafogo. O imortal deixa viúva, a jornalista Cecília Costa Junqueira e cinco filhos: Suzana, Rafael, Raquel e Eduardo, do primeiro casamento, além de Otávio, com Cecília.

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